Enuma Elish e o mito da criação


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Enuma Elish é um poema épico da antiga Babilônia sobre o mito da criação, foi escrito em sete tábuas de argila carinhosamente chamadas de a “Epopéia da Criação”, foi descoberto por Austen Henry Layard no ano de 1849 nas ruínas da Biblioteca de Assurbanipal e posteriormente publicado por George Smith. Enuma Elish vem de uma data provavelmente do século XII a.C, podendo facilmente refletir idéias anteriores provenientes da civilização sumeriana, seu texto era lido publicamente durante festivais do ano novo que tinha início no primeiro dia do Mês de Nissan, que por coincidência é o primeiro dia da primavera.
Existe uma enorme semelhança com a narração bíblica do Genesis, desde então muitas discussões tem surgido sobre qual das histórias é a original e qual é uma adaptação à religião em causa. Vale à pena lembrar de que a Bíblia nada mais é do que uma compilação 30 mil livros, dizem os pesquisadores. Para a cultura babilônica, o Enuma Elish explica a origem do poder real, a sua natureza, a permanência da instituição e a sua legitimidade. A realização humana e a terrena tem a sua origem na realeza divina. A divindade continuará a ser o verdadeiro rei e também o modelo de imitar pelo rei terreno. A existência de um modelo divindade impõe limites à realeza humana.
Já que aprendemos um pouco sobre Enuma Elish, vou me focar em algo relativamente interessante que encontrei em um dos livros de Zecharia Sitchin.
O longo texto de Enuma Elish esboça o processo pelo qual nosso próprio sistema solar começou a existir descrevendo como o sol (Apsu) e seu mensageiro (Mummu) foram primeiro encontrados por um planeta antigo chamado Tiamat; como um par de planetas Vênus e Marte (Lahanu e Lahmu) aglutinados entre o sol e Tiamat – Jupter e Saturno (Kishar e Anshar) E Urano e Netuno (Anu e Nudimud) os dois que permaneceram desconhecidos da astronomia moderna até 1781 e 1846 respectivamente foram descritos pelos sumérios milênios atrás. Enquanto os recém-criados “deuses celestes” empurravam e puxavam uns aos outros, alguns deles desenvolveram satélites (luas). Tiamat no meio daquela instável família planetária desenvolveu onze deles, sendo que um o Kingu ficou tão grande que começou a assumir os aspectos de “deus celeste”, um planeta por si.
Um fato curioso é que os astrônomos modernos permaneceram totalmente ignorantes quanto à possibilidade de um planeta possuir várias luas, até que Galileu descobriu as quatro maiores luas de Júpiter, no ano de 1609 com a ajuda do seu telescópio. Sendo que os sumérios já estariam cientes desse fato.
Segundo a Epopéia da Criação surgiu um invasor do espaço exterior, ou seja, um outro planeta. Um planeta que não pertence a família de Apsu, mas que pertence à família de alguma outra estrela e fora atirada para o espaço. Milênios antes dos modernos astrônomos descobrirem pulsares e estrelas que implodiam. A cosmogonia suméria já retratava de outros sistemas planetários e de estrelas que implodiam ou explodiam e expulsavam seus planetas. O Enuma Elish relata que um desses planetas atingiu os limites de nosso sistema solar e começou a ser atraído para o centro.
A medido que passava por outros planetas, provocaram mudanças responsáveis por vários enigmas que ainda espantam a astronomia moderna, alguns deles é a inclinação do eixo de Urano para um dos lados, ou a órbita retrograda de Tritão, a maior lua de Netuno, ou o que colocou Plutão para fora de sua órbita como satélite, transformando-o como um planeta com uma órbita estranha.
Quanto mais o invasor era atraído para o centro do sistema solar, mas era forçado a um curso de colisão com Tiamat, assim resultando numa “batalha celeste”. Na série de colisões com os satélites do invasor chocando-o repetidamente com Tiamat, o planeta mais velho foi partido em dois. Uma das metades foi transformada numa nuvem de pedaços pequenos e tornou-se o Cinturão de Asteróides (entre marte e Júpiter), dando origem a vários cometas. A outra metade quase intacta foi atirada a uma nova órbita e transformou-se no planeta que chamamos de terra (KI em sumério), capturando em sua órbita o maior satélite de Tiamat, que se tornou nossa lua.
O próprio invasor foi capturado em órbita permanente ao redor do sol, passando a ser o décimo segundo membro de nosso sistema solar (Sol, Lua e dez planetas). Os sumérios o chamaram de Nibiru (planeta da travessia).
Os babilônicos o rebatizaram e Marduk em honra a seu deus nacional. Foi durante a batalha Celeste, esse antigo épico que a “semente da vida”, trazida de outro lugar por Nibiru foi passada à terra.

Estrutura: Está escrito com caracteres cuneiformes na língua acadiana sobre sete tábuas. Cada uma das tábuas contém entre 115 e 170 linhas
Sinopse: O Enuma Elish consiste na superiorização de Marduk, Deus protetor da cidade da Babilônia, sobre os restantes deuses da Mesopotâmia, mais particularmente sobre Tiamat. O texto é também uma alusão à constante luta entre a Ordem e o Caos, sendo que Marduk representa a luz e a ordem, e Tiamat representa a obscuridade e o caos.
 
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Tábua I
Os vários deuses representam aspectos do mundo físico. Apsu é o Deus da água doce e Tiamat, sua esposa, é a Deusa do mar e, consequentemente, do caos e da ameaça. A partir deles, vários deuses são criados. Estes novos deuses são demasiado tumultuosos e Apsu decide matá-los. Ea descobre o plano, antecipa-se e mata Apsu. Posteriormente, Damkina, esposa de Ea, dá à luz Marduk. Entretanto, Tiamat, enraivecida pelo assassínio de seu marido jura vingança e cria onze monstros para executar a sua vingança. Tiamat casa com Kingu e coloca-o à frente do seu novo exército.
Texto inicial:
"Quando no alto não se nomeava o céu,
e em baixo a terra não tinha nome,
do oceano primordial (Apsu), seu pai;
e da tumultuosa Tiamat, a mãe de todos,
as águas se fundiam numa,
e os campos não estavam unidos uns com os outros,
nem se viam os canaviais;
quando nenhum dos deuses tinha aparecido,
nem eram chamados pelo seu nome,
nem tinham qualquer destino fixo,
foram criados os deuses no seio das águas".

Tábua II
As forças que Tiamat reuniu preparam-se para a vingança. Entretanto Ea descobre o seu plano e confronta-a. Numa zona danificada da tábua é aparente a derrota de Ea. Anu desafia-a, mas tem o mesmo destino. Os deuses começam a temer que ninguém será capaz de deter Tiamat.

Tábua III
Gaga, ministro de Anshar, é encarreguado de vigiar as atividades de Tiamat e de os informar da vontade de Marduk de a enfrentar.

Tábua IV
O conselho dos deuses testa os poderes de Marduk. Depois de passar o teste, o conselho entregue o trono a Marduk e encarrega-o de lutar com Tiamat. Com a autoridade do conselho, reúne as suas armas, os quatro ventos e ainda os sete ventos da destruição, e segue para o confronto. Depois de prender Tiamat numa rede, liberta o Vento do Mal contra ela. Incapacitada, Marduk mata-a com uma seta no coração, capturando os deuses e monstros seus aliados. Marduk divide o corpo de Tiamat, usando metade para criar a terra e a outra metade para criar o céu.

Tábua V
Marduk cria residências para os outros deuses. À medida que estes vão ocupando o seu lugar vão sendo criados os dias, meses e estações do ano. As fases da lua determinam o ciclo dos meses. Da saliva de Tiamat, Marduk cria a chuva. A cidade da Babilônia é criada sobre a proteção do Rei Marduk.

Tábua VI
Marduk decide criar os seres humanos mas precisa de sangue para os criar, mas apenas um dos deuses poderá morrer, o culpado de lançar o mal sobre os deuses. Marduk consulta o conselho e descobre que quem incitou a revolta de Tiamat foi o seu marido, Kingu. Ea mata Kingu e usa o seu sangue para criar o Homem, de forma a que este sirva de criado dos deuses. Em honra a Marduk, os deuses constroem-lhe uma casa na Babilónia, havendo um grande festim para os deuses quando terminada.

Tábua VII
Continuação do louvor a Marduk como chefe da Babilónia e pelo seu papel na criação. Instruções às pessoas para estas relembrarem os feitos de Marduk.
Comparação com o Livro do Gênesis: São várias as similaridades entre a história da criação no Enuma Elish e a história da criação no Livro do Gênesis. O Gênesis descreve seis dias de criação, seguido de um dia de descanso, enquanto que o Enuma Elish descreve a criação de seis deuses e um dia de descanso. Em ambos a criação é feita pela mesma ordem, começando na Luz e acabando no Homem. A deusa Tiamat é comparável ao Oceano no Gênesis, sendo que a palavra hebraica para oceano tem a mesma raiz etimológica que Tiamat.
Estas semelhanças levaram a que muitos estudiosos tivessem chegado à conclusão que ou ambos os relatos partilham a mesma origem, ou então uma delas é uma versão transformada da outra.

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