Entenda a Matrix


matrix pilulas
Bem, sabemos que a trilogia MATRIX, incontestável obra prima do cinema moderno que deixa milhões de pessoas sem entender ao certo qual sua vã filosofia é transmitida através das suas questões filosóficas que o mesmo possui. Nele podemos observar que há discussões sobre a forte dominação e liberdade, a ilusão e a realidade, sobre a verdade e a mentira, consciência e percepção, religião e estilo de vida, ética e tecnologia, são basicamente extremos de uma polaridade.
O filme MATRIX foi dirigido pelos irmãos Wachowki, sendo eles responsáveis por uma revolução nas artes cinematográficas. É sabido que o filme MATRIX nos leva a reflexão sobre como é construída e constituída a realidade e o quão somos manipulados em nosso dia a dia.
Ainda no filme MATRIX, podemos perceber que ela é uma máquina inteligente e que tem a função de escravização do ser humano, sendo assim mantendo-os controlada em uma realidade absolutamente virtual com a finalidade de obter energia necessária para o seu total funcionamento, sendo assim ela age como uma parasita.
Na nossa realidade, a escravidão e manipulação do ser humano não são mais uma novidade, já faz parte do nosso cotidiano desde séculos, talvez milênios. Foi na Roma antiga onde basicamente tudo começou, ou foi apenas aperfeiçoado. Com a escravidão na zona rural, vários camponeses perderam o emprego e assim acabaram migrando. Com o crescimento urbano acabou gerando problemas sociais e com isso o imperador com medo de que a população se revoltasse contra ele e o sistema por falta de empregos e uma melhor condição de vida acabou criando a política “panem et cir circenses”, a política pão e circo. Este método tinha uma simplicidade e eficiência espantosa, todos os dias havia lutas de gladiadores nos estádios (dentre eles o mais famoso foi o coliseu) e durante todos esses eventos eram distribuídos alimentos (pão, trigo). A finalidade era alcançada, já que ao mesmo tempo em que a população se distraia e se alimentava também esquecia os problemas e não pensava em rebelar-se. Foram feitas tantas festas para manter a alienação do povo que o calendário romano chegou a ter 175 feriados por ano.
E assim ainda é usado este tipo de manipulação, mais aperfeiçoado é óbvio. Mas até onde somos manipulados? Quais os reais objetivos impostos pela mídia? Difícil resposta, não? Caberá a nós buscarmos nossas próprias verdades.
Mas tenha calma, ainda temos muito que aprender.
Na vida em que vivemos hoje, as pessoas recebem muito mais informações do que há séculos. Notícias de lugares remotas onde muitas vezes nem sabemos que existe, muitos detalhes da vida de celebridades, inúmeros programas de TV, publicidade, filmes, imagens, músicas entre uma infinidade de coisas. Tudo isso tem um objetivo simples: tornar nosso tempo ocupado de mais por assuntos fúteis e assim ocultando assuntos referentes ao auto-conhecimento cada vez mais escasso. Pessoas passam a se preocupar mais com os outros, com assuntos que não fazem partes da sua vida e esquecem-se de preocupar consigo mesmo.
Quantos de nós nos preocupamos com a situação política, seja ela qual for quando ocorre um evento tipo “panem et cir circenses” que é a copa do mundo? Muito pouco, isso é fato.

Globo Lavagem Cerebral_01
Somos atraídos pela MATRIX para viver uma ilusão assistindo esses jogos, sentindo cada emoção entre derrotas e vitórias como se isso realmente fizesse parte da nossa vida, como se fosse uma parte de nós que estaria ali e isso não nos influenciam na nossa vida objetiva, geralmente não se preocupam com a política por achar que não fazem mais parte, ou talvez apenas não faça parte da sua vida cotidiana.
E isto foi apenas um pequeno exemplo.
Podemos observar que a maioria das necessidades e desejos atualmente é fornecida pelos meios de comunicação, ela impõe um padrão de vida e uma falsa felicidade a ser alcançada. E o desconhecimento de outra forma de vida faz com que o povo passe a acreditar que apenas a forma de vida que é transmitida pelos mais diversos meios de comunicação é a única maneira de se viver. Como se uma mentira contada infinitas vezes poderá tonar-la realidade.
Com tudo isso as pessoas acabam por ignorar a sua real liberdade para alienar-se pelos meios de comunicação, deixando ser controladas por outras pessoas. Entre eles então os governantes e as classes sócio-econômicas mais bem providas de recursos, não só financeiros mais como também culturais.
Outro exemplo básico são as empresas. Há duas maneiras de agir tirando um belo proveito da MATRIX. A primeira seria apenas alienar os funcionários lhes dando o mínimo necessário para satisfazê-los em suas necessidades não criada por eles, mais pelo próprio sistema organizacional e manipulá-los para que custem a acreditar que sua qualidade de vida no trabalho está evoluindo para que assim sejam mais facilmente controlados, em outras palavras empregar uma política de pão e circo.
A segunda maneira seria dar apoio e informações necessárias para que se tornassem críticos o suficiente para julgar as situações e problemas sozinhos, para que pudessem interagir na empresa de maneira mais eficiente, ou seja, um processo continuo de desenvolvimento de competências técnicas e reflexivas. Mas há quem prefira a ignorância e ter que se incomodar com assuntos alheios a sua pessoa como: problemas na empresa, fora de atuação de sua área, esquecendo-se de pensar na empresa como um todo.
É fato que um indivíduo desde o seu nascimento está vinculado independemente de sua vontade, a uma família, a um status social, a uma classe e a um estado e tem sua existência disciplinada por uma gama de variedade de normas estabelecidas em seu meio social e que são impostas de formas coercitivas.
Cada individuo ocupa na sociedade uma posição social. O nascimento, os conhecimentos que possui, a profissão que exerce, o casamento ou a situação financeira que desfruta, reservam-lhe situações sociais e por conseqüência papéis e funções sociais. E o status determina o comportamento através de normas estabelecias para as condutas dos indivíduos, fixando-lhes direitos e obrigações, produzindo o domínio dos governantes e a subordinação nos casos dos governadores.
Portanto uma característica da convivência social é o controle social que está geralmente ligado a instruções sociais, sendo este sistema organizado de formas de sentir, agir e pensar que o indivíduo encontra preestabelecido em um meio social.
A medida que um grupo possui um corpo de normas e de instituições sociais e de controle da ação social mais completo e eficaz, cria-se a 'realidade social deste grupo.
A própria religião impõe deveres e estabelece padrões de conduta, aos quais deve-se submeter o homem para conquistar a felicidade eterna, ou seja, a religião controla a conduta dos fiéis. Sendo por isso considerada, segundo Nietszche e Marx, como um meio das classes dominantes subjugarem os mais pobres e oprimidos.
Controle social pode também significar dominação, que se caracteriza pela probabilidade de fazer ser obedecida uma ordem determinada, proveniente de uma parte ativa, endereçada a uma parte passiva, mesmo contra a vontade desta. Ou seja, como diz Max Weber, trata-se da possibilidade que tem um indivíduo de impor sua vontade aos demais membros do grupo, mesmo contra a resistência deles.
Mas não basta à vontade de dominar, para que ocorra a dominação, é necessário à disposição de obedecer dos destinatários das ordens. E que maneira melhor e mais prática de obter a disposição de obedecer dos destinatários das ordens, no dias atuais, do que manipulá-los através dos meios de comunicação em massa?
Os meios de comunicação em massa são responsáveis pela interação constante dos indivíduos com o mundo a sua volta. O jornal, a televisão ou o rádio transmitem conhecimentos, valores, idéias, modos de pensar, agir e sentir, com poder sugestivo tal capaz de formar grupos de opinião pública. Através dos meios de comunicação que se criam e divulgam as modas, bem como os movimentos sociais.
Podemos dizer que a realidade social de um grupo é caracterizada por uma forma de aprisionamento externo de um individuo. Este tem sua maneira de pensar e agir disciplinada por normas sociais que lhe são impostas e as escolhas que lhe restam são influenciadas pelos meios de comunicação em massa.
Antes da globalização haviam maiores choques culturais devido ao encontro de povos de costumes diferentes, tendo cada qual sua cultura, moda e costumes, até mesmo movimentos sociais. Com os choques de culturas era mais fácil fazer uma visualização de realidades sociais.
Encontrando outra realidade torna-se mais fácil tentar entender que a sua realidade não é a única, o que é difícil de imaginar quando se foi doutrinado desde o nascimento para viver assim. E dificilmente esse quadro irá mudar até que conseguimos abrir os olhos para a realidade, para a verdade, não essa verdade que estão impondo sobre nossos olhos, enganando nosso cérebro.
Eu achei um texto interessante em um site chamado “saindo da matrix” que fala sobre as 10 estratégias de manipulação e aqui colocarei para vocês entenderem um pouco mais de como funciona a MATRIX.
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais" (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas').
2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES
Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.
3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.
4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.
5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.
6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...
7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores.
8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE
Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...
9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!
10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

1 comentários:

Muito bom e esclarecedor o texto.
Bem compreensivo.
E muito bem resumido.
Uma pena que poucos procuram conhecimento avançado, como este texto.
Parabéns.

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